Corredor queniano, Kipsang, é preso por sair para treinar em grupo

Leonardo Boscolo | COVID-19 · 06 abr, 2020

O queniano ex-recordista mundial da maratona, Wilson Kipsang, foi preso com um grupo de quase 20 pessoas depois de quebrar o toque de recolher estabelecido pelo governo do país.

O corredor foi apreendido quando encontrado pela polícia bebendo álcool em um clube em Iten. Foi constatado que o grupo violou as ordens que exigiam que o público não saísse de casa após as 19h.

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Segundo o jornal queniano The Standard, a polícia havia sido alertada ao grupo por um membro do público. “Nossos policiais encontraram o atleta e outros foliões escondidos em um clube popular em Iten”, disse o comandante da polícia, John Mwinzi ao jornal.

“Estes são indivíduos de alto nível que deveriam nos ajudar na aplicação do toque. Estamos pedindo aos membros do público que parem de abusar de nossa relutância em usar toda a força durante a execução do toque de recolher”, completa.

Kipsang foi suspenso provisoriamente do atletismo em janeiro, depois de duas supostas violações das regras antidoping. O queniano foi acusado de duas violações das regras, que, segundo a Unidade de Integridade do Atletismo, estavam relacionadas a falhas do paradeiro e à violação de uma amostra.

A carreira de Wilson Kipsang

Corredor queniano, Kipsang, é preso por violar o toque de recolher

Foto: Reprodução/Instagram

Kipsang estabeleceu o recorde mundial da maratona em Berlim em 2013, completando a corrida em 2h3min23s. Um ano antes, ele ganhou a medalha olímpica de bronze em Londres 2012.

O atleta de 37 anos também é bicampeão da Maratona de Londres, tendo vencido na capital britânica em 2012 e 2014.

Kipsang também tem outras duas vitórias no World Marathon Majors, após o sucesso na cidade de Nova York em 2014 e Tóquio em 2017.

As violações contra o governo queniano

No início da última semana, os atletas quenianos em Iten foram presos depois de continuar treinando durante a proibição do governo de reuniões sociais e atividades esportivas. Dos 12 atletas presos, dois eram estrangeiros e todos foram levados para a delegacia de Iten antes que as autoridades locais da Federação de Atletismo do Quênia intervissem.

A Federação reconheceu que os atletas estavam errados, com o técnico Elkanah Ruto chamando o incidente de infeliz porque arriscou a vida dos envolvidos e de outros atletas. A entidade ainda ordenou que todos os campos de treinamento do país fechassem indefinidamente e instruiu os atletas a praticar o distanciamento social em meio à pandemia do COVID-19.

No país, três pessoas morreram por conta do coronavírus, com mais de 100 infectados com o vírus até o momento.

Leonardo Boscolo

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Sou um apaixonado por esportes e aspirante a corredor. Um jornalista que vê na corrida um mundo de objetivos a serem alcançados, realizações pessoais e a oportunidade de se tornar cada dia uma pessoa melhor.