Meu tempo líquido nessa prova foi 2:58:10 apenas 10s de diferença do bruto (foto: Arquivo pessoal)
Um dos fatos mais chatos e porque não dizer inusitados é que percebo nas corridas, principalmente, no caso das maratonas, que a foto da chegada não prova o seu real tempo. Uma espécie de foto que não prova nada. Explico melhor minha inquietude.
Meu grande sonho como maratonista era correr a distância (42,1km) sub três horas. Dois anos depois de começar a correr e estrear na distância com 3h56min, eu já tinha repetido o feito por três vezes. Mas as fotos dessas chegadas sub três horas mostram o cronômetro com o tempo bruto, ou seja, o tempo que começa a contar quando é dado o tiro de largada e não o tempo em que você passa em cima do tapete de cronometragem.
Assim, se você perdeu três minutos na largada e completou a maratona em 2h58min, na sua foto de finisher constará 3h01min. Tenho um colega de corrida que tem esse problema. Toda a vez que ele mostra sua foto de chegada para alguém e diz que pertence ao clube dos corredores sub três horas, as pessoas o questionam.
Eu tive a sorte de sempre largar bem. Das três provas sub três horas que eu tenho, em minhas doze maratonas, a diferença entre o tempo líquido e bruto ficou entre 10 e 30 segundos.
Para que essa diferença seja pequena a dica é evitar perder tempo na largada. A solução para esse problema é se posicionar bem. Para isso você deve chegar na largada um pouco antes dos demais competidores e ficar o mais perto possível do tapete de cronometragem, assim, menos tempo você perderá.
A outra dica é tentar descontar o atraso durante o percurso, correndo mais forte que o planejado. Se você tiver lastro para tanto, nada impede de fazê-lo. O ruim nesta hora é que sua cabeça não pára de fazer os desgastantes cálculos, o que pode afetar psicologicamente o atleta e talvez atrapalhar sua performance.
Por isso vale a pena tentar largar o melhor possível e ostentar em sua foto as marcas sub três horas, sub 3h30min, sub cinco horas, seja o tempo que for. Afinal uma das grandes forças da expressão fotográfica é que ela é uma arte auto-explicativa.
Este texto foi escrito por: Harry Thomas Jr.