
Francisco Pinheiro veio do Rio de Janeiro para alegrar os competidores (foto: Paulo Gomes/ www.webrun.com.br)
Direto de Curitiba – A Maratona de Curitiba atraiu pessoas de todas as faixas etárias e de diferentes estados para o evento da capital paranense, no domingo (20/11). No ato da inscrição, os participantes puderam escolher entre três diferentes percursos: A caminhada de cinco, a corrida de dez, ou a Maratona, de 42,195 quilômetros.
Cerca de três mil competidores participaram do evento. Como a largada da Maratona foi mais cedo do que as outras, os participantes das provas da caminhada e da corrida puderam assistir das arquibancadas a disputa dos primeiros metros entre os maratonistas.
Foi o caso de Francisco de Assis Pinheiro, 70, que veio do Rio de Janeiro para participar da caminhada. Enquanto os maratonistas se concentravam para a largada, Francisco assobiava alto nas arquibancadas, acompanhando o ritmo das músicas que tocavam nos alto-falantes.
A cena tornava-se ainda mais divertida quando identificado que o dono dos assobios era um senhor todo fantasiado: dois exagerados óculos, peruca com tranças simulando dreadlocks, pulseiras, camisa e calça com estampa de temática tropical, gorro, meião e tênis coloridos.
Corri os dez quilômetros no ano retrasado, mas meu joelho ficou ruim então desta vez fiz a caminhada. Vim só para ver a animação, conta. Além da prova paranaense, Francisco confirmou que sairá do Rio de Janeiro para mais duas tradicionais provas brasileiras, ainda em 2011. Vou para a Pampulha (Belo Horizonte, 04/12) e para a São Silvestre (São Paulo, 31/12).
Dez quilômetros – Entre os amadores na prova dos dez quilômetros, chamou atenção a corredora local Natália Cordeiro da Cruz, também de 70 anos. A veterana cruzou a linha de chegada em 1h32min54, carregando uma bandeira do Brasil.
Muito aplaudida pelo público, Natália revelou que corre há cerca de trinta anos. Já fiz bastante a Maratona, mas hoje o percurso já é muito pesado para mim. A fundista não encontrou dificuldades para completar a prova. Fui devagarzinho e sempre, o clima também ajudou, conta.
Paulistanos na Maratona – O desafio de vencer a maior distância e as célebres ladeiras da Maratona atraiu corredores de outros estados, como a Equipe de Corredores Tavares, de São Paulo, que levou cerca de 40 atletas.
Entre os membros da Tavares estava Andrea Cavallini Fernandes, vencedora na categoria por faixa etária de 25 a 29 anos. Achei a prova ótima, bem organizada e não faltou hidratação. O clima foi excelente e fiz um tempo bom (3h32min), conta.
O percurso foi outro ponto comentado por Andrea. Não é dos mais fáceis, mas eu fiz a Maratona de Londrina (28/08), que acho mais difícil. Ter passado por ela me ajudou psicologicamente hoje.
Maria Zavadzki, também da Tavares, comentou sobre os trechos mais duros. Foi difícil até o quilômetro 25 porque tem muita subida, aí a perna pesou. Depois fica mais fácil, mas já estava cansada. Mas foi bom, o que eu queria mesmo era chegar, diz.
A organização chamou bastante atenção, foi o ponto positivo, elogia Paulo Sérgio Sakomoto, outro atleta da Tavares. Penso seriamente em voltar aqui no ano que vem, pondera.
Casal corredor – De Curitiba, o casal Carlos Alberto da Fonseca Gomes e Flávia Navolar tem uma história de superação ligada ao esporte. Flávia perdeu 38 quilos com ajuda da corrida. Não correu no domingo, mas apoiou o marido, que disputou sua primeira maratona e enfrentou problemas de saúde em sua preparação.
Minha hérnia de disco atacou a poucas semanas da competição, conta Carlos Alberto, que é treinador na assessoria esportiva 40es. Como parte do treinamento, correu a Corrida Serra da Graciosa, no Paraná, com 20 quilômetros de subida.
Ele fez vários longões durante a semana, fez dieta e emagreceu, diz Flávia. O resultado foi positivo. Carlos Alberto não teve problemas em completar o percurso em cerca de 3h30min. Para a primeira maratona foi ótimo. A dosagem do ritmo é totalmente diferente de uma corrida de dez quilômetros ou de uma meia, explica.
O treinador confirma a dificuldade da prova, mas ressalta que o período de preparação é essencial. Todo mundo fala que aqui é uma das maratonas mais difíceis do Brasil, só atrás de Foz do Iguaçu e Londrina. As subidas são muito longas, acentuadas. Tem que estar bem preparado, conclui.
Este texto foi escrito por: Paulo Gomes