Crianças e adolescentes também devem fazer check-up médico

Redação Webrun | Caminhada · 31 mar, 2005

Atividade física deve ser feita em todas as idades (foto: Donata Lustosa/ WebRun)
Atividade física deve ser feita em todas as idades (foto: Donata Lustosa/ WebRun)

Futuros campeões ou pequenos esportistas? Independente do objetivo da prática esportiva infantil, os pais devem ficar atentos à saúde da criança. Fazer algum tipo de esporte não garante uma saúde cem por cento. Ao observar que a criança tem uma atividade física intensa ou está obesa, o pai deve procurar a ajuda dos médicos.

Uma das grandes preocupações da área da medicina do esporte é tratar de forma diferente o organismo infantil, ou de um jovem. Foi pensando nessas particularidades que o Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo, criou o Sport Check-Up Infantil. O objetivo desse programa é analisar a saúde da criança que está em regime de treinamento e também o pólo oposto, aquela que está obesa.

Segundo Ana Lucia de Sá Pinto, pediatra e médica do esporte do Hcor, o corpo da criança não sabe se está crescendo ou fazendo exercício físico. Muitas vezes essa dúvida do organismo infantil se transforma em lesões ou em problemas no crescimento.

“A velocidade de crescimento ósseo da criança é mais rápida do que a velocidade do crescimento do músculo. Durante a atividade física, a musculatura fica num regime de tensão. Assim a criança não fortalece a musculatura e acaba se lesionando”, conta.

Além disso, a criança que se exercita pode crescer menos que o esperado. “A única interferência que existe no crescimento da criança, comprovada cientificamente, acontece naqueles que tem ingestão calórica diminuída. Ou seja, ele gasta energia para treinar e não sobra energia para crescer”, revela.

Por isso uma avaliação clínica da situação da criança é importante para prevenir futuros problemas, que vão desde pequenas lesões até interferência no crescimento. “Quando isso acontece a criança sente dor e deixa de ter o prazer no esporte. E uma criança, um adolescente tem uma vida longa no esporte, não só aquele que vai competir, ele deve levar o esporte para a vida toda”, conta.

A criança que faz o check-up infantil se submete a todos os testes do adulto para saber se a saúde anda em dia. A única diferença é que ao invés da consulta ser com um cardiologista, a infantil é com um pediatra especialista em esporte.

Os primeiros exames são os laboratoriais. Depois o paciente mirim faz um eletrocardiograma, um ecocardiograma, teste ergoespirométrico, passa com nutricionista e psicólogo especialista em esporte. Tudo isso é feito em apenas uma manhã e sempre com o acompanhamento dos pais.

Após uma semana, a criança e o seu responsável voltam ao Hcor para receberem os resultados e conversarem com o pediatra. É muito importante a presença dos pais no retorno do paciente.

“Quando a criança precisa fazer uma reeducação alimentar, por exemplo, a família também tem que mudar o hábito para ajudar a criança. Por isso é importante que os pais fiquem cientes do que está acontecendo com o seu filho”, conta a Dra. Ana Lucia.

Se o exame final constar que a criança está obesa, os médicos do Hcor aconselham a prática de alguma atividade física, que não seja necessariamente futebol, natação ou balé. “Eu não vou colocar uma sunga na criança obesa. Às vezes pode ser constrangedor. Nós conversamos com a criança e a partir do gosto dela nós indicamos uma atividade física que se encaixe também com os resultados do exame”, revela.

Apesar da população dos Estados Unidos não ser um exemplo de saúde, eles já se conscientizaram da importância da prática de esporte. Hoje cerca de 30 milhões de crianças e adolescentes fazem alguma atividade física nos Estados Unidos.

Segundo a pediatra Ana Lucia, o Brasil deveria incentivar mais a atividade física para crianças, e principalmente para os adolescentes. Uma forma simples para isso seria aula de educação física regular no ensino fundamental e também no ensino médio.

“Aulas de educação física são uma grande saída para o sedentarismo. Aumentar o número de aulas, no mínimo três aulas por semana, mesclando os esportes de quadra com o acompanhamento do professor é uma solução. Além disso, o professor pode medir e pesar o aluno, assim ele já avalia se a criança está subnutrida ou obesa”, conta a pediatra.

E isso inclui também os estudantes que estão no ensino médio. “Os adolescentes ficam mais obesos justamente porque não tem aula de educação física e não fazem nenhuma atividade física”, revela.

Crianças, adolescentes e adultos devem sempre fazer atividade física para ter uma vida mais saudável. “O Ideal é se exercitar três vezes por semana de 40 a 60 minutos, mas sempre com orientação”, finaliza.

Onde:
Sport Check-up Hcor
Tel: (11) 3053-6574 / (11) 3053-6575

Este texto foi escrito por: Donata Lustosa

Redação Webrun

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