Como identificar lesões nos tendões pela imagem?

Redação Webrun | Atletismo · 16 nov, 2007

RM: diagnosticado uma tendinopatia do aquiles Foto: Arquivo pessoal

RM: diagnosticado uma tendinopatia do aquiles Foto: Arquivo pessoal

Atletas podem apresentar lesões agudas ou crônicas em tendões. As primeiras são freqüentemente rupturas – parciais ou totais, relacionadas a um trauma, e as últimas surgem por sobrecarga.

Em corredores, por exemplo, essas lesões ocorrem com certa freqüência na região do pé e tornozelo, especialmente no tendão calcâneo (aquiles), no tendão tibial posterior e nos tendões fibulares, que se localizam, respectivamente nas regiões posterior, medial e lateral do tornozelo.

Os métodos de Diagnóstico por Imagem são excelentes aliados dos ortopedistas e médicos do esporte para o diagnóstico destas lesões. Embora as radiografias não possam produzir imagens nítidas de estruturas de partes moles, como os tendões, elas são usualmente realizadas inicialmente na investigação da dor do esportista. E serão muito úteis caso diagnostiquem calcificação na região de um tendão, ou um esporão ósseo (no caso do calcâneo), ou mesmo um aumento do volume das partes moles, significando indícios de lesões a serem investigadas.

O exame de ultra-sonografia (US), realizado prontamente como primeiro exame ou após a realização de radiografias, destaca-se pela capacidade de poder analisar com qualidade os tendões. Ao se realizar um exame de US, o médico ultra-sonografista avalia se os tendões estão normais ou alterados. Resumidamente, as alterações possíveis de serem encontradas nos exames de US são: tendão espessado (com ou sem heterogeneidade de sua textura), presença de calcificações, rupturas parciais ou totais de suas fibras, e líquido em quantidade anormal em sua bainha sinovial (membrana que envolve o tendão).

+ Cuide sua lesão e participe da Maratona de Santiago. Veja mais informações!

Tendões com bainha sinovial, como o tendão tibial posterior e os tendões fibulares, que apresentarem aumento anormal de líquido na bainha, são diagnosticados como tenossinovite, fundamentalmente uma alteração inflamatória. Essa foi a lesão que pode ter acometido o maratonista Marílson Gomes antes da Maratona de Nova York.

Tendões que não têm bainha sinovial, como o tendão calcâneo, que se apresentarem com espessamento heterogêneo de suas fibras, são diagnosticados como tendinopatia crônica ou tendinose, que são alterações degenerativas. Estas alterações podem ou não ser acompanhadas de alterações na região ao redor do tendão, como bursite ou processo inflamatório em planos gordurosos (edema). Eventualmente, caso se detecte a presença de calcificações em tendões, o diagnóstico é de tendinopatia crônica calcárea. Tendões que apresentam tendinopatia crônica/tendinose estão mais sujeitos a rupturas.

Em caso de rupturas, o médico ultra-sonografista deve avaliar a extensão da lesão, principalmente classificando-a em ruptura parcial ou total, uma vez que isso determinará o tratamento a ser adotado pelo médico do atleta.

Ressonância
A ressonância magnética (RM) é, dentre todos os exames de imagem, a que produz melhor definição e diferenciação entre as estruturas do sistema músculo-esquelético. Além disso, é capaz de produzir imagens de toda a articulação e não se limitar aos planos superficiais, que é uma desvantagem da ultra-sonografia.

Dessa forma, além de a RM poder fazer os diagnósticos ao alcance da ultra-sonografia, acima descritos, permite que se demonstre outras possíveis causas de dor no tornozelo, como por exemplo: lesões ligamentares crônicas, fratura por estresse, lesões condrais (de cartilagem). Estas lesões podem, em alguns casos, causar sintomas semelhantes às de lesões tendinosas, ou acompanharem as tendinopatias. Assim, o médico obterá ainda mais informações fundamentais para iniciar o tratamento do esportista.

+ Quer ver o melhor calendário de eventos do Brasil? Confira!

A tomografia computadorizada, apesar de ser muito útil na radiologia das lesões nos esportes, não tem um papel decisivo no diagnóstico de lesões em tendões. Por fim, a combinação racional dos exames de imagem solicitados pelo médico especialista poderá diagnosticar e graduar adequadamente vários tipos de lesão em atletas, e isso será ponto de partida fundamental para um bom tratamento.

Este texto foi escrito por: Milton Miszputen

Redação Webrun

Ver todos os posts

Releases, matérias elaboradas em equipe e inspirações coletivas na produção de conteúdo!