As mudanças de estilo de vida fazem parte do tratamento da obesidade, o que é evidenciado por estudos científicos, multicêntricos e de longa duração (Estudo Look Ahead – The action for heat in diabetes e National Weight Control Registry). Tais estudos trazem um norte importante na abordagem comportamental e no manejo dessa doença de etiologia complexa, com vários fatores que influenciam e se inter-relacionam.
“As estratégias comprovadamente eficazes para mudança de estilo de vida são pouco aplicadas. Infelizmente, muito se propõe aos pacientes com base apenas em achismos, o que pode levar a desfechos negativos: falência na aderência e na perda de peso, e muita frustação aos pacientes”, explica Dra. Maria Edna de Melo, endocrinologista especialista em obesidade e síndorme metabólica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

A endocrinologista destaca os principais benefícios com a mudança de estilo de vida e consequente perda de peso para a saúde das pessoas com obesidade:
— Controle e prevenção de doenças metabólicas como diabetes e hipertensão;
— Maior mobilidade;
— Melhora da apneia do sono;
— Melhora da função sexual;
— Diminuição da depressão.
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“Apesar de criticado, o automonitoramento faz parte da abordagem comportamental no tratamento da obesidade e os estudos indicam a eficácia desse hábito do paciente”, explica Dra. Maria Edna.
De acordo com os estudos, é importante:
— Gerenciar fatores externos que possam despertar o desejo de comer, como visão ou cheiro dos alimentos;
— Reduzir a exposição a alimentos problemáticos, evitando praças de alimentação, fast foods e bufês livres;
— Não ter em casa alimentos que não sejam para consumo diário, como muitos alimentos ultraprocessados. Lembre-se: se não é para comer, não compre.
A endocrinologista ainda destaca algumas estratégias para mudança do estilo de vida:
— Restringir a compra de alimentos menos saudáveis;
— Planejar as compras e não realizá-las antes das refeições;
— Manter alimentos fora do campo visual;
— Servir porções modestas e manter a mesa livre de pratos de servir;
— Comer devagar e não se envolver em nenhuma atividade durante as refeições;
— Limitar a alimentação a um ou dois cômodos da casa;
— Evitar lanches durante outras atividades;
— Planejar a alimentação em situações fora da rotina.
O tratamento da obesidade requer um olhar do histórico do tratamento. Pensar no que já foi conquistado, valorizando o peso perdido em toda a linha do tempo e reforçar o objetivo do peso saudável é importante para o paciente.
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A ciência comprova: o paciente que sobe mais na balança mantém melhor o peso perdido. Isso é mais uma estratégia de automonitoramento, pois são os números indicando os resultados alcançados — ou não — dentro da estratégia de mudança de estilo de vida. A balança pode ser uma aliada no controle do peso, embora isso possa também ser um fator de estresse para algumas pessoas. Neste caso, essa estratégia não deve adotada.
É importante sempre lembrar que o objetivo do tratamento da pessoa com excesso de peso é melhorar a saúde, e não a estética.